Pular para o conteúdo

Beber a partir de 2027…

Confesso que não tenho experiência com o Barolo Monfortino, de Giacomo Conterno. Provei somente a  safra 1997, duas ou três vezes. Hoje foi uma delas. Bem, não sei como começar…a primeira impressão é de que não é um Barolo. Um vinho de coloração rubi profundo, o alo não é atijolado, mas sim rubi vivo, os aromas não são de frutas secas, nem de rosas…ele começa fechado, algo que lembra carne, fruta negra muito tímida. Na boca é a perfeição, veludo puro, nenhuma aresta, tudo está lá: a acidez vibrante, mas balanceada, os taninos imponentes, grandes, mas que não secam. A fruta ainda é jovem, quase fresca. Depois de umas duas horas no decanter, começam a surgir notas terciárias, lembrando cerveja Geuze, algo herbáceo, mas ele permanece fechado, compacto. O final é longo, elegante, mas o frutado jovial não é necessariamente complexo ou interessante. Lembro que outra vez dei a ele nota 10, mas hoje vai um 9,5. O cliente que trouxe o vinho me contou que tomou ultimamente as safras 1947 e 1961, e que estão muito melhores. Eu acredito, pois o potencial de guarda é inegável.

Tiago Locatelli

Petrus 1999

Nas poucas vezes que degustei Petrus, sempre me lembro de um vinho com equilíbrio e elegância. Desta vez não foi diferente. Cor rubi médio, com leve alo atijolado. Aroma de incrível complexidade, com geléia de morango, ameixa, cereja, depois abre notas de estábulo, grafite, naftalina. No paladar é um pouco difícil de definir. Opulento e elegante ao mesmo tempo, com todos os componentes perfeitamente entrelaçados. Percebe-se uma base de taninos já resolvidos, mas que ainda podem conservar o vinho por muito tempo. A acidez está lá, mas em nenhum momento sobra, e não se sente o álcool. O ataque de fruta doce logo dá lugar a um final seco, mineral, meio terroso, não muito intenso porém bastante persistente. Nota 9,5

Tiago Locatelli

Masseto: para os sábios que sabem esperar

Lembro que em 2010 tive a oportunidade de degustar o Masseto 2003, junto com Lafite 2003, Mouton 2003, Lynch Bages 2003 e Petrus 1968. O petrus foi o destaque, apesar de não ser de uma grande safra, por sua evolução, complexidade e equilíbrio. Os Bordeaux 2003, safra quente e acessível, já estavam macios, prontos e prazerosos. Quanto ao Masseto, uma decepção. Escuro, duro, com aromas intensos, porém confusos, bastante tânico, um tanto desengonçado. Hoje, estou degustando um Masseto 1996. Cor rubi claro, reflexos atijolados. Aroma muito complexo, sutil, de frutas vermelhas em compota, cereja ao maraschino, tabaco aromatizado com baunilha, mudando a todo instante. E na boca, que vinho! Encorpado e sedoso. Os taninos em boa quantidade, já perfeitamente integrados com a fruta, uma acidez suculenta que dá equilíbrio e persistência, e vontade de dar mais um gole. No final fica terra, cogumelos e saudade. Vale cada ano do espera. Nota: 9,5

Tiago Locatelli

Galera minha estréia aqui no blog.

Esta semana degustei um vinho do Etienne Guigal se trata de um Condrieu 2010.Garrafa de 750 ml.

Condrieu é um vinhedo do Vale Du Rhône Sul da França,produz apenas vinhos brancos(e que vinhos)produzidos com a casta Viognier.

Vamos a prova

Vinho branco com reflexos verdeais,aromas intensos de flor como jasmim e mel escoltado por maravilhoso mineral,fruta em segundo plano lembrando physalis, talvez indicando sua juventude e madeira perfeitamente colocada.Em boca é seco,acidez vibrante,o suficiente para equilibrar os 14,5% de álcool,zero de amargor,com fim de boca equilibrado.Vinho macio encorpado com meio de boca “agora sim” cheio de fruta,sua persistência aromática é longa.

Deixando a parte técnica um pouco de lado está ai um exemplo de que existe vida além dos Chardonnays,dos Sauvignon Blanc e de vez em quando os Rieslings.

Um vinho sério e ao mesmo tempo encantador,que me parece ter vida longa pela frente para chegar ao auge, mas que já lhe entrega um enorme prazer ao degustá-lo.

Para acompanhar este vinho pensei em um Salmão Defumado acompanhado com Arroz Basmati.

Bons Goles até a próxima

Melier

O Bárbaro

Barbarão encontros: voltando para a cama depois do sofá!

Por Aldo Assada

Desde há algum tempo, a Barbarão fez vários encontros oficiais mas esta é a primeira vez que publicarei um encontro da turma.

É fato que toda vez que nos encontramos é uma diversão só; aquele clima descontraído, as mesmas piadas antigas ( “Como Gaúcho caça onça” é nova….sempre!) mas é diferente todas as vezes. Acho que é diferente por nós colocarmos os papos em dia; sacomé.. (como diria Chico Anysio) sempre tem algum ‘causo’ a discutir.

Um outro motivo é que não repetimos os vinhos em cada encontro; cada vez que a turma se encontra é um vinho diferente. Novas visões, outras percepções, dias diferentes….tudo influência na hora que bebemos. Sempre há uma novidade e isso é fato.

Dessa vez, resolvi levar duas bebidas distintas sendo ambas fermentadas: a Duchese de Bourgogne (não tem a ver com a região), que é uma cerveja de alta fermentação e um Alter Ego 2007, segundo vinho do famoso Chateau Palmer, troisiéme cru classe vindo da região de Margaux, em Bordeaux. Este último, foi o único vinho na mesa a ser servido ás cegas.

Uma observação importante sobre este vinho: como ele foi o único a ser servido ás cegas, houveram opiniões adversas sobre ele na mesa. A começar que uma parte da turma dizia que se tratava de um vinho sul-americano. Outros, dizia que tinha um “quê” de vinho italiano. Eu provando o vinho e sabendo do que se tratava, concordaria com ambos; realmente este Alter Ego estava aromaticamente “moderno”, com herbáceo remetendo a vinho chileno (não é um demérito) e um dulçor com alta graduação alcóolica remetendo a regiões quentes da Itália (confesso eu que se fosse não soubesse do vinho, diria que era alguma coisa por volta lá da Puglia). Só o Rafael chegou próximo dizendo “isso tem cara de ser algum vinho do Languedoc”.

Antes que os puristas falem algo, realmente este vinho estava fora da curva. Bordeaux? Talvez aquele blackcurrant que era “visível” no lado olfativo. Em boca? Esclarecerei logo abaixo na minha nota degustativa.

De resto, outros vinhos foram bem interessantes e de maneira geral foi uma boa degustação

Seguem as descritivas dos vinhos:

(importante: a visão desse que vos escreve não necessariamente reflete a opinião de todos os outros Bárbaros)

1. Cerveja Duchese de Bourgogne 750 ml. (Bélgica)

Sim, isso mesmo que você leu! Uma cerveja. Sim, bárbaros bebiam o quê? Pois é. E este é uma bela Flander´s Red Ale. Apresentado pelo bárbaro Marcos Sooma no Empório Alto dos Pinheiros, fiquei na tentação de comprar e provar. Resolvi abrir o mesmo para todos os outros bárbaros; é incrível seu toques aromáticos lembrando aromas de cerejas levemente amargas e toques ferrosos. Em boca tem boa carbonatação, grande frescor e um leve dulçor no fim de boca.

Terei mais algumas garrafas dela em minha geladeira, com certeza!

8,5

2. Clos de la Coulée de Serrant 1989 (Loire – França)

Eu tenho lembranças até hoje da primeira vez que bebi um dos vinhos do Nicolas Joly; era uma garrafa do Clos de la Bergerie 2003 (se não me engano), o “segundo-vinho” do Coulée de Serrant; tinha um poder aromático incrível que remetia a toques de damascos e maçãs verdes! Agora este exemplar não me “apeteceu” diretamente. O Sooma logo que provou disse “não está na sua melhor forma”. Ao provar, achei aromaticamente pouco amplo mas tinha certeza que neste caso, é vinho que não se pode “deduzir” tudo de cara! Deixamos o vinho na taça para irmos bebericando aos poucos e vi que mudava muito; ora tinha um aroma estranho de água sanitária (não olha com essa cara não! É o que veio na minha cabeça na hora!), toques de resina (ou talvez o que a Lisa Perroti-Brown MW diz “Cera de abelha”). Fruta? Algo de marmelada mas não era muito definido. Em boca? Tinha acidez mas não era “aquela” acidez. Era possível notar que o vinho já estava com uma textura mais concentrada, mais resinoso mesmo.

Ganha com guarda? Não sei. Morreu? Lógico que não. Está pronto para beber? Opa…pra ontem! Devo decantar? Não preciso nem responder….

8,0

3. Papapietro-Perry Russian River Valley 2007 (Sonoma – EUA)

100% Pinot Noir de vinhedo. Essa garrafa quem trouxe foi o Gustavo “True”, quero dizer, quem trouxe mesmo foi a namorada dele! Este vinho, segundo ele explicou, trata-se de um produtor que usou nos vinhedos clones de Pommard, o que é algo que está se tornando comum entre produtores preocupados em chegar próximo dos grandes Pinot da Borgonha. Também este produtor faz toda a vinificação com pouca intervenção, sem uso de leveduras cultivadas. Também destaca ele que este é um vinho que passa somente em carvalhos franceses novos.

Depois dessa descritiva, você caro leitor deve pensar que trata-se de mais um Pinot “doce, enjoativo a lá Paul Hobbs”. Não e pode acreditar que não! Borgonha? Nahhhh…..não vamos exagerar né? Deixa a Borgonha onde está… (nos sonhos dos Bárbaros, lógico!). É claro que o vinho, com a descrição acima, é moderno, focado em fruta madura mas não é enjoativo; pra falar a verdade, achei bastante interessante e fiquei bem animado ao provar; toques de frutas vermelhas ora compotadas, ora frescas e algo que remetia a cedro. Em boca o tanino era mais alto se comparado com os do Oregon e com a fruta mais evidente mas sem exageros.

Por outro lado, a acidez mediana e o álcool bastante pronunciado em boca me deixaram um pouco receoso ao pensar se este vinho tem poder de envelhecimento

Não tenho envergadura para falar de janelas de consumo, mas tudo que leio e tudo que eu provei até hoje, vinhos assim tendem a ficar meio “maple syrup” mas vai saber? Não sei. Para mim, prefiro beber hoje como está!

De qualquer forma, gostei e me chamou a atenção!

7,5

4. Alter Ego de Palmer 2007 (Bordeaux – França)

Este, apresentado ás cegas, talvez tenha sido uma das maiores decepções que eu tive.

Comprei este vinho em Paris, na expectativa de ter um bom exemplar de Margaux, já que alguns outros que provei do Chateau Palmer eram belos vinhos.

Agora este…..

Ás cegas, todos na mesa (menos eu, que sabia qual era o vinho) notaram que não se tratava de nada muito clássico. Duas pessoas acharam que era um vinho da América do Sul. Os outros dois acharam que se tratava de um vinho da Itália, sendo que uma pessoa achou que era talvez da Toscana. Dei algumas dicas e disse que se tratava de um vinho do velho-mundo. Novamente, todo mundo chutou longe de Bordeaux: Espanha era citado. Portugal também. Outros mantinham a postura em dizer que era um vinho italiano.

E ajudei de novo, desta vez dizendo que não se tratava nem de Espanha e nem Portugal mas comentei que Itália não estava fora do jogo. Por incrível que pareça, somente duas pessoas chegaram próximo falando que era um vinho do Languedoc.

Para mim? Sinceramente, tenho que concordar com tudo que eles chutaram. Os chutes eram pensados em um vinho muito maduro, enjoativo (cadê a maldita acidez?) e os taninos adstringentes que secavam a boca pra cara…. e que não ajudavam muita coisa.

Realmente decepcionante.

Algo de Bordeaux? O Marcelo “Meliê” chutou falando que parecia vinho chileno. Se eu concordo com ele? chutaria também dizendo Chile e talvez algum vinho da Puglia.

Então cadê Bordeaux? Bom, aí já não sei…….

6,5-

5. Vacqueyras Perrin e Fils “Les Christins” 2009

Trazido pelo Rafa, que é fã deste produtor. Se não me engano, a única vez que bebi algo deste produtor era um Chateauneuf-du-pape do Beaucastel mas confesso que não lembro como era.

Provei este vinho com a expectativa de encontrar um Rhône mais “duro”, talvez mais concentração. Não foi o caso. Foi oposto. Quero dizer, não tão “leve” mas era um vinho em que aparece com força e “seca” bastante, bem diferente do que eu esperava. Mineral poderia ser a descritiva melhor que aparece em minha cabeça.

Gostei mas creio que a expectativa que tive não correspondeu, portanto, não posso dizer se achei bom ou ruim o vinho. Pretendo provar mais algumas vezes com calma para julgá-lo melhor

6,5

6. Gigondas Guigal 2009

Guigal é um produtor sério do Rhône, ao qual já provei alguns de seus vinhos. O Côte-Rôtie “genérico” dele é sensacional. Este Gigondas é a primeira vez que provo dele e me “confortou” por ser mais dentro do que eu esperava do que o Vacqueyras do Perrin.

O Rafa comentou achar este Gigondas bastante moderno. Tive a mesma impressão mas achei o peso em boca, a acidez na medida e os aromas mais aproximavam do que eu procurava naquele momento. Mas por outro lado, é bem verdade que chega um momento que este Gigondas “cansava” um pouco o palato depois de algumas taças; talvez o “moderno” neste ponto ao invés de ser um benefício, torna-se algo a evitar.

Lembro-me quando provei o Gigondas do Delas havia uma acidez bem destacada e era mais “arredondado” porém sem tanto peso quanto a este Guigal.

Propostas diferentes?

7,0

8. Madeira Barbeito Malvasia 2000 Colheita Single Cask 39

Neste vinho eu confesso que não consegui fazer muitas anotações de cabeça. Talvez por ser o final da noite e já estávamos fumando o Cohiba Behike, o que justamente ofuscou um pouco o brilho do vinho.

O que me vem na cabeça sobre este exemplar era a coloração de um fortificado relativamente jovem e com boa acidez para o vinho “aguentar” mais alguns anos pela frente.

(sem nota).

(sobre o título voltando para cama….piada interna! rs!)

Jean-Luc Thunevin e o Chateau Valandraud

Por Aldo Assada

O Chateau Valandraud é conhecido por ser um Bordeaux de estilo moderno, com ênfase em fruta e taninos. Ou para os mais críticos, os vinhos do Jean-Luc Thunevin podem ser apenas claretes pesados e excessivamente moderno para um Bordeaux.

De qualquer forma, é inegável que seus vinhos possuem qualidades e virtudes de um Bordeaux de alta qualidade.

Nesta semana passada, fui numa degustação e palestra do Jean-Luc Thunevin promovida pela Casa do Porto juntamente de meu chefe Caíque, que também também tinha muita curiosidade, pois seus vinhos, mesmo sendo muito bons não eram necessariamente baratos. De minha parte, que nunca havia provado o Chateau Valandraud, seria uma boa oportunidade de conhecer e conversar com um dos produtores mais badalados do mundo.

O Jean-Luc, que aparenta ser muito sereno e calmo em suas respostas, também é convicto em seus pontos-de-vista quando indagado ao fazer vinhos mais alcóolicos. “Na minha concepção, é impossível fazer vinhos (em St. Emillion) de graduações menores de álcool. Não tenho como colher as uvas menos maduras pois elas não estarão na qualidade desejável para fazer o vinho” diz ao ser questionado por um dos participantes do porque não colher antes para evitar a “sobrematuração” e consequentemente a elevação da graduação alcóolica no resultado final. “Também lembro que o álcool é um importante condutor nos aromas do vinho” diz de maneira enfática. “No começo da década de 90, os vinhos atingia 12% a 12,5%. Hoje é praticamente impossível fazer isso” lembrando também da questão do aquecimento global.

Seus vinhos me chamaram atenção em alguns quesitos:

i) Não faz vinhos somente em St. Emillion mas também faz na região de Cotes-de-Blaye, Pomerol e fora de Bordeaux como no Languedoc-Roussillon (dentro desta última, ele faz até Maury!)

ii) O estilo moderno não sobrepõe a boa acidez em todos eles.

iii) A utilização do carvalho francês de primeiro uso é praticamente padrão mas não é possível notar exageros ou “sobra” de madeira em nenhum deles.

Notas de degustação

J.L.T. No° 1 de Valandraud 2009

Segundo o Jean-Luc, este é um branco que faz passagem em madeira.

Toques herbáceos, algo que lembra amanteigado. Em boca tem boa acidez, estrutura média sem ser “gordo”.

7,0

Preço: R$ 840,00

J.L.T. No° 2 de Valandraud 2009

Diferentemente do exemplar anterior, este já não passa em madeira. 

Herbáceo, toques minerais bastante intensos. Um branco de Graves? Um pouco desequilibrado em boca.

6,5

Le Clos du Beau Pére 2006 Pomerol

18 meses em carvalhos franceses novos

Defumado, fruta vermelha em compota. Abre um pouco de alcatrão. Em boca possui fruta bastante concentrada, acidez e corpo médio.

7,5

Preço: R$ 350,00

Clos Badon Thunevin 2006 St. Emillion Grand Cru 

Bem expressivo em nariz demonstrando café torrado, chocolate e bastante fruta madura. A boca é contrastante com o nariz pois  espera-se bastante concentração de fruta e tanino, o que não ocorreu. Interessante.

7,5

Preço: R$ 310,00

Chateau Valandraud 2009

65% de Merlot, 25% Cabernet Franc e 10% restantes entre Cabernet Sauvignon, Malbec e uma pequena parte em Carmenérè.

Pimentão verde e groselhas aparecem em primeiro plano mas “fecha-se” abruptamente em alguns momentos. Em boca a acidez é excelente, taninos finos e elegantes. Moderno sem extremos?

8,0+?

Preço: R$ 2.580,00

L´Interdit de V……d! Vin de table N.V. (2000)

Uma experiência feita por ele nas safras de 98 e 99 devido a quantidade de chuvas. Houve a inusitada idéia de cobrir o solo com plástico, que ajudava a escoar a agua para longe das parreiras. Esse tipo de recurso foi imediatamente recusado pelo governo local, chegando ao ponto de interditar (daí o nome) com faixas policiais em torno do vinhedo. O rótulo, bem humorado por sinal, aparece uma grade de prisão com as mãos sobre os ferros.

Devido a experimentação ter sido  engarrafado, o vinho foi rebaixado para Vin de Table.

Evidentemente evoluído lembrando terra molhada e pimentões. Em boca decepciona a falta de equilíbrio entre acidez x fruta. Taninos praticamente ausentes.

6,0-

Preço: R$ 2.500,00

Thunevin-Calvet Les Trois Marie Côtes-du-Rousillon Villages 2006

100% Grenache

Esmate de unha (defeito ou virtude/qualidade?) e muita fruta fresca intensa. Complexo. Ataque inicialmente doce com excelente acidez. Encorpado. Álcool muito pronunciado em fim de boca.

(O valor deste vinho foi anunciado em mesa: R$ 800,00!)

7,5

Thunevin-Calvet Maury 2004

Único vinho doce da degustação.

Intenso. Doce com excelente equilíbrio da acidez. Muito bom!

9,0

Cult Wines

Olá pessoal, estreando aqui no Barbarão, gostaria de compartilhar a oportunidade que tive de degustar alguns californianos.

Marcassin Pinot Noir Three Sisters Vineyard 2006

A AVA é Sonoma Coast, apelação não muito específica, mas as uvas vêm de vinhedo único. A coloração é saudável, típica da cepa, granada brilhante. Aroma de cerejas maduras, ervas frescas ao fundo que contribuem com complexidade, pão torrado e com o tempo surge açafrão. Corpo médio, com ataque quente, mas não adocicado, conjunto seco, ótimo equilíbrio, acidez firme e taninos sedosos. Nota 9

 

Dalla Valle Maya 1996

Localizado em Oakville, este é um dos mais célebres Cult Wines. Destaca-se por usar uma quantidade significativa de cabernet franc, nesta safra 45%, o restante sendo cabernet sauvignon. Escuro, já com reflexos granada. O aroma já mostra o caráter do vinho: fruta extremamente limpa, sem nenhum herbáceo ou animal que era de esperar de um blend assim com esta idade. Cassis maduro, floral, madeira muito bem integrada. Com o tempo abre uma interessante nota de cachaça envelhecida em umburana. Encorpado, gordo e potente, na boca o carvalho é mais evidente. Seco, mas com álcool bem perceptível. A acidez é média e os taninos em grande quantidade são macios e bem integrados. Final de fruta madura e tostado. Em suma: um vinho técnico, nos modernos moldes californianos. Nota 8

 

Grace Family Cabernet Sauvignon 1987

Produtor orgânico, outro nome muito conhecido. Localizado em St. Helena, dedica-se exclusivamente à cabernet sauvignon. Rubi médio, alo evoluído. Aroma bastante rico, de terra, cogumelos frescos, floral, geleia de ameixa, tostado. Encorpado, com excelente acidez, taninos aveludados, álcool bem equilibrado, corpo seco. Um vinho maravilhoso, já no auge. Gostaria de ter a oportunidade de provar safras mais recentes, para ver se o produtor mantém o estilo. Este foi um dos melhores cabernets californianos que já provei, junto com Chateau Montelena 1993 e Mondavi Private Selection 1994. Nota 9

Abraços

Tiago Locatelli

Oyster Bay – Nova Zelândia

Por Aldo Assada

Hoje, num dia chuvoso á tarde, fui fazer prova da linha de vinhos da Oyster Bay, na sede da importadora Vinci. Nunca havia entrado até então na sede nova deles na região do Jardins. Por dentro fiquei surpreso com o tamanho do local. Mais surpreso fiquei ao subir as escadas em direção á sala de degustação pois era pra lá de espaçoso!

A Vinci traz somente 4 rótulos desta vinicola. Ao que eu pesquisei, trata-se de um “big brand” local, com vinhedos situados no Hawke´s Bay (Norte da ilha norte) e Marlborough (Norte da ilha sul). Este produtor faz vinhos varietais tranquilos e vinhos espumosos também!

Seguem as notas degustativas:

Oyster Bay Sauvignon Blanc Marlborough 2011 13%

Clones bordalêses. A fermentação ocorreu em tanques de aço inox, com leveduras selecionadas para adicionar complexidade aromática e sabor segundo a vinícola. pH 3

Toques evidentes de herbáceos e grama cortada. A acidez é boa e destacada mas não é tão expressivo em boca.

6,5

Preço médio: R$ 100,00

Oyster Bay Chardonnay Marlborough 2010 13,5%

Utilizando-se de leveduras cultivadas, a fermentação ocorreu em 50% tanques de aço inox e 50% restantes foi transferido em carvalhos novos e de um ano de uso franceses com temperatura controlada a 15 graus Celsius. pH 3.5

Média acidez. A sensação amanteigada no final da boca sobra bastante.

6,0

Preço médio: R$ 100,00

Oyster Bay Pinot Noir Marlborough 2010 13,5%

Solo argiloso. Seleção de clones da Borgonha 115, 667, 777. Carvalhos franceses de tosta média. Remontagens que durou três dias. Fermentação em barricas francesas. Após 12 dias de maceração, o vinho foi transferido para carvalhos franceses (20% novos) durante 11 meses. ph 3.6

Herbáceo evidente e fruta vermelha fresca intensa. Leve e bastante direto mas não necessariamente presente em boca, principalmente no retro-gosto.

6,5

Preço médio: R$ 120,00

Oyster Bay Merlot Hawke´s Bay 2010 13,5%

Clone bordalês 181 que, segundo a vinícola, tem rendimento moderado, dando bagos pequenos e cachos de estrutura de médio porte. Carvalhos franceses selecionados de 4 tonelarias. A fermentação do mosto ocorreu em  uma combinação de tanques fechados e abertos de aço inox e carvalhos franceses durante 12 dias. A fermentação malolática também ocorreu na combinação de ambos. Envelhecimento deu-se por 6 meses em carvalhos franceses. pH 3.7

Aromas de groselha e amoras de média intensidade. Médio corpo. Evidente traço de carvalho que não se integra com a fruta em boca.

5,0

Preço médio: R$ 100,00